QUERIDA (Maira, 7 anos)

Maira adora o seu aniversário. Faz planos de como será, a decoração, o que vai querer ganhar de presente muitos meses antes do dia.

Hoje, Maira chegou a uma conclusão após ver várias propagandas de brinquedos na televisão.

Maira: Mãe, já decidi o que quero ganhar...

Mãe: Ah é? E o que é?

Maira: Nada!

Mãe: Nada?

Maira: É... Nada! Eu já tenho muita coisa. Tenho vocês e só a festa já vai ser o meu presente....

POETA (JG, 2 anos)

João acorda cedo. É sábado, a mãe quer dormir mais um pouquinho.

JG: Tá na hora, vamos acordar...

Mãe: Não... Vamos dormir mais um pouquinho...

JG: Mãe, o galo cantou e a vida começou!!

REFLEXÕES (Maira, 7 anos)

Maira, pensativa, chega a uma conclusão sobre si mesma:

Maira:  mãe, eu estava pensando...eu sou um pouco estranha, diferente das outras pessoas... a forma como eu sinto as coisas é diferente de todo mundo. Eu sei de umas coisas que eu não sei como eu sei. Por exemplo, quando eu não sei uma palavra, como se escreve ela, e eu penso nela, se é errado me dá um frio na barriga que sobe pro cérebro. Aí eu já sei como é! Eu sou a única pessoa que tem frio na barriga que passa pro cérebro...

PESSOAS (JG, 3 anos)

João é observador. Ele também costuma deixar escapar seus pensamentos pela boca.

Num dia normal, após ouvir algumas coisas desagradáveis ou antipáticas em conversas alheias, falou consigo mesmo, com cara séria e conclusiva:

JG: as pessoas são um pouquinho malas sem alças...

E ele tem razão...

NASCER DE NOVO (Maira, 7 anos)

Maira comentando a respeito das diferenças entre as pessoas:

- Cada um é como é... não dá pra nascer de novo, né??

VELHO (JG, 3 anos)

Um dia depois de seu aniversário de 3 anos, JG acorda e diz:

- Eu to grande e velho agora, né?
- Velho? Não amor, você não está velho. Está mais velho. - responde a mãe.
- E grande? Agora sou grande, né? - insiste.
- Está maior. Mas é pequeno, ainda. - diz a mãe.
- Mas eu já queria ser grande!!! - e João abre o berreiro.

O FRIO QUE DÁ AMOR (JG 2 anos e 11 meses)

Amanhece frio. É quase junho.

Gabi está na cama, enroladinho nas cobertas.
A mãe o abraça forte e diz:

- Está frio hoje, Gabi.
- É? Eu gosto de frio. Frio me dá amor... - diz Gabi, ainda sonolento.
- Te dá amor, filho? - pergunta a mãe, achando fofo.
- Sim. Vem o vento e coloca beijos na minha boca. - completa o poeta.